Para vocês que não sabem, De Repente Acontece era um dos livros da Susane Colasanti que eu mais queria que lançassem aqui no Brasil, porque, apesar de não se propor a ser uma história super inovadora, parecia ser recheada de fofura.

O livro tem todas as características típicas da Colasanti: capítulos curtos, uma narrativa leve, uma história que parece ser uma coisa mas na realidade é outra... O ponto positivo desse livro é que Colasanti divide a tal narrativa em duas visões: em alguns capítulos quem narra é Sara, uma menina certinha que só quer entrar em uma boa faculdade, e Tobey, que ama música e não se importa muito com a escola.

A história não foge do lugar-comum (e eu não esperava que isso acontecesse, então, sem problemas), mas ao mesmo tempo, tem um toque de realidade maior que nos outros livros da autora, principalmente na narrativa de Tobey, que de fato parece ser um menino escrevendo, o que apesar de não ser para todos os gostos, foi algo que eu curti.

O desenvolvimento é bonitinho, é legal ver Sara e Tobey se aproximando e, com isso, causando mudanças nas ideias e perspectivas de ambos, abrindo a mente dos dois para coisas que nenhum deles considerava antes. Não é nada que vai mudar a sua vida, mas ler a história de dois adolescentes comuns se apaixonando, pelo menos para mim, sempre é bonitinho, mesmo que seja algo simples.

Fazendo um balanço no que eu já li da Susane até agora, posso dizer que de fato, seus livros não conseguiram estar à altura das minhas perspectivas (que eram bem altas, infelizmente), mas ao mesmo tempo, consigo agora ver outras coisas positivas neles – no que o desenvolvimento muitas vezes peca, a escrita da Colasanti é gostosa e consegue falar de coisas sérias sem soar complicada.

Para quem curte a autora, De Repente Acontece é mais uma história bela sobre e para adolescentes que entretém.

Autor(a): Susane Colasanti
Editora: Novo Conceito
Ano: 2006 (original) - 2014 (Brasil)
Páginas: 287 (original) - 288 (Brasil)
Nome original: When It Happens
Coleção: -

Não sei se vocês sabem, mas eu quero ler um livro da Maureen desde sempre! Todo mundo fala super bem dela e de sua escrita e posso dizer que, depois de ler seu conto em Deixe a neve cair (resenha), eu estava muito animada pra ler esse livro, que já estava me esperando na estante há tempos.

A história se passa na melhor cidade do mundo: Nova York, e é narrada por Scarlett Martin, a filha do meio de um casal dono de um belo hotel em Manhattan e que tem uma família pra lá de diferente – e grande, afinal, além de Scarlett, temos mais outros três filhos.

A narrativa é bem característica da Maureen, bem-humorada e sarcástica, com algumas referências divertidas. Por isso, é impossível não acabar se apegando a Scarlett, mesmo que algumas vezes ela tomasse algumas decisões bem questionáveis. Mesmo que o livro “venda” essa áurea de ser apenas mais um livro fofinho, a Maureen também põe um pouco de drama na história, que na realidade é um dos principais pilares da história. Como a renda da família Martin depende quase que totalmente do hotel que comandam, nem sempre as coisas são fáceis e vemos vários problemas financeiros que afetam todos.

Outra personagem muito bem feita é a nova hóspede do hotel, Mrs. Amberson. Ela é daquelas mulheres que são viajadas, ricas, inteligentes e com uma personalidade difícil de se lidar. Como Scarlett acaba de fazer 15 anos, é responsável por um quarto do hotel, justamente o de Mrs. Amberson, o que causa algumas confusões bem engraçadas e cenas inusitadas.

A história é bonitinha mesmo, o único porém é que, mesmo não sendo um livro longo, em algumas partes senti que as coisas ficaram um pouco cansativas. O desenvolvimento da história é legal, mas em alguns momentos a narrativa não era tão gostosa como eu esperava. Mesmo assim, o livro é recheado de pontos positivos, como os lugares em que Scarlett passa, afinal, estamos em Nova York e, sendo narrado por alguém que viveu lá a vida inteira, dá pra ver bem como a visão da cidade é diferente daqueles que não moram por lá.

Eu gostei muito dos personagens, porque eles são simplesmente legais e divertidos! Não sei, mas Maureen nos dá aquela vontade de que eles realmente existissem na nossa vida, porque são encantadores – quem não gostaria de bater um papo com a família Martin, né?

Para uma primeira experiência com a autora, tive um saldo super positivo e espero em breve ler a continuação, Scarlett Fever. Aliás, um apelo para as editoras brasileiras: que tal publicar mais livros da Maureen? Com uma escrita dessas, sem dúvida alguma os livros teriam fãs garantidos. Recomendo pra vocês, principalmente se vocês também adoram Nova York, porque Maureen não tem medo de abusar das descrições sobre essa cidade maravilhosa.


Autor(a): Maureen Johnson
Editora: Point
Ano: 2008 (original)
Páginas: 355 (original)
Nome original: -
Coleção: Scarlett, #1

Quando eu recebi esse livro da Novo Conceito, fiquei imediatamente animada com a história, afinal, adoro esses livros adolescentes que puxam para o mistério e era isso que eu estava esperando quando comecei a lê-lo. No entanto, se você também pensou como eu, sinto dizer, está enganado.

Não que o livro seja ruim, mas a verdade é que nesse primeiro livro – é uma série com dois outros livros já publicados lá fora – a autora se focou bem na introdução da história e na adaptação do protagonista ao novo lugar em que ele acaba indo morar após ser testemunha de um violento crime em Londres.

Ty é um cara comum, quase invisível, na cidade grande que é Londres. É o queridinho de sua mãe, tira boas notas, tudo certinho. No entanto, ao presenciar o tal crime – que apesar da autora dar aos poucos vários detalhes, ainda está confuso na minha mente, porque não consegui entender exatamente quem está envolvido no crime e suas verdadeiras consequências – Ty sela seu destino: não é mais um garoto normal e agora é uma das pessoas daquele Programa de Proteção a Testemunha. Com isso, muda seu cabelo, sua escola, seus amigos, até mesmo seu nome, virando Joe.

No entanto, mais do que essas características, Ty quer aproveitar essa chance para  se tornar o cara que sempre quis ser – um cara como seu ex-melhor amigo: popular, bonito, querido por todos. É isso que vemos em grande parte do livro, Ty virando cada vez mais Joe e, apesar de não ser o que eu esperava, eu gostei. O jeito é encarar que o livro tende mesmo mais pro dia-a-dia dos adolescentes do que para algo de suspense.

O que me incomodou, no entanto, foram duas coisas: Claire, uma das pessoas que ficam mais próximas de Ty quando este se muda para a nova escola, tem um grave problema, que é o “costume” de se cortar, quando está nervosa ou deprimida. Isso, infelizmente, é algo comum nas pessoas hoje, mas não deixa de ser algo preocupante e que, num livro destinado a adolescentes, poderia ter sido tratado de uma maneira bem mais interessante. Afinal, os próprios personagens reagem a tal situação como se não fosse de grande importância, o que é mentira. Keren David perdeu aí não só alguns pontos na história, mas uma oportunidade de olhar essa situação com olhos diferentes – não só da pessoa que se automutila, mas de alguém próxima a ela e que se importa.

Além disso, com relação ao andamento e desenvolvimento da história, David realmente preferiu tratar o primeiro livro como algo introdutório e se focar em coisas mais “leves”, mas com o desfecho que temos espero que na continuação as coisas se tornem um pouco mais sérias e que ela, enfim, entregue o mistério e o suspense que prometia logo no primeiro livro.

Ademais esses “poréns”, a narrativa de Quando eu era Joe é bem gostosa, fácil de entrar na história. Joe é um bom protagonista, mas ao mesmo tempo, um pouco sem graça. Claro que com as súbitas mudanças que sofreu, ele aos poucos vai se tornando alguém mais legal e torço para que isso só melhore no próximo livro.


Autor(a): Keren David
Editora: Novo Conceito
Ano: 2011 (original) - 2014 (Brasil)
Páginas: 378 (original) - 318 (Brasil)
Nome original: When I Was Joe
Coleção: When I Was Joe, #1

Oi, gente! Como vocês estão? Faz tanto tempo que eu não tenho uma dessas conversas de blogueira para leitor que eu estou morrendo de saudades de vocês - e seus comentários.

Não sei se vocês notaram, mas ano passado foi um ano muito, muito instável pra mim. A escassez de leituras e, consequentemente, posts refletiu bem essa falta de constância. Não sei bem o por quê disso, mas acho que foi um misto de falta de motivação e um crescente interesse em outros assuntos. No entanto, no começo desse ano, tive um tempo pra refletir se iria em frente ou se desistia mesmo. E então eu continuei.

Claro que esses últimos meses várias resenhas foram publicadas, afinal, eu fiquei muito tempo sem fazê-las e tinha que tirar o atraso. E estou disposta a deixar tudo bonitinho, arrumado, a minha cara e a de vocês também. Por isso, vou abordar mais assuntos aqui, como séries, música e, algumas vezes, filmes. São coisas muito importantes para mim e, várias vezes, me pego pensando que vocês também deviam conhecê-las do meu ponto de vista.

Pra começar, eu estava vendo alguns posts de uns blogueiros que acompanho e então decidi abandonar a In my mailbox semanal e substituí-la por uma coisinha linda chamada Book Haul - que é feito uma vez ao final do mês, mostrando tudo o que se recebeu naquele mês. Para mim, cujo ano promete ser corrido, é uma decisão melhor, e espero que vocês curtem também (já começo em Abril, se der tudo certo).

Além disso, outra questão: vídeos do blog. Já tentei várias vezes e nunca deu certo, infelizmente. No entanto, estou motivada a tentar novamente, só preciso da ajuda de vocês em duas coisas: vocês querem vídeos com resenhas, tags e etc? E se vocês são do meio, qual é o editor que recomendam?

Finalizando, um recado sobre as promoções: ainda há algumas cujos prêmios não foram enviados, por falta de tempo. No entanto, me comprometo que as vencedoras os receberão assim que possível, pedindo mil desculpas pelo atraso e pedindo a compreensão das mesmas.

Beijocas pra vocês!
Meme semanal hospedado pelo Lost in Chick Lit, onde compartilhamos pequenas informações sobre a nossa semana literária. Tendo como principal objetivo encorajar a interação entre os blogs literários brasileiros, fazer amizades e conhecer um pouquinho mais sobre outras pessoas apaixonada por literatura. Tem interesse em participar? Saiba como aqui!

♥ Leitura do Momento:
- Enders, de Lissa Price.

 Li Essa Semana:   
- A Cidade dos Segredos, de Sasha Gould.
- Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.


-> Leia a resenha do primeiro livro da série aqui.

Após o final muito louco, mas que eu queria que acontecesse de Feios, eu aproveitei que já tinha Perfeitos e comecei a ler no mesmo instante. No entanto, logo me acalmei: assim como no primeiro livro da série, esse também começa com um ritmo mais lento, falando primeiro sobre coisas fúteis para entrar nas importantes algumas páginas depois.

Tally, finalmente, é perfeita. Finalmente pode viver em Nova Perfeição, festejar com seus amigos todos os dias, beber o quanto quiser, simplesmente ser bonita e querida. No entanto, há uma única preocupação: ela quer ser aceita na panelinha mais exclusiva de Nova Perfeição, os Crimms, e a oportunidade surge numa festa em uma das casas mais antigas de lá.

O que já era enervante para Tally fica ainda pior quando percebe que alguém anda seguindo-a e, quando finalmente vai atrás dessa pessoa, suas memórias dos tempos de feia aos poucos voltam quando reencontra um de seus amigos dos tempos de Fumaça. Sem entender nada, ela é deixada com apenas um código e, fugindo dos funcionários do governo que aparecem por causa da invasão do feio, acaba conseguindo uma passagem de entrada aos Crimms ao pular da torre de festa com uma jaqueta de air-bag.

Após esse estranho acontecimento, as coisas aos poucos começam a ficar mais claras para Tally e é aí que ela se aproxima de Zane, o líder dos Crimms, que, ao contrário da maioria dos perfeitos, não quer esquecer os tempos de feio e procura sempre estar “Borbulhante”, o que na verdade significa estar mais desperto, ver tudo mais claro, sem aquela névoa causada pela operação. Eu gostei bastante do Zane, da forma como ele e a Tally se relacionavam na história e de ver que, mesmo sendo perfeito, ele não é mais um. O que os dois vivenciam juntos só torna a ligação mais forte e, mesmo depois, com o reaparecimento de David, fico na dúvida se, após tantas mudanças, ele e Tally ainda são tão próximos como eram na Fumaça.

Mesmo gostando de Perfeitos, achei que, em grande parte do livro, não aconteceu nada como eu realmente pensava, algo marcante, e foi só para o final que finalmente temos alguns eventos que, pra mim, poderiam ter acontecido antes, porque tornariam o livro mais animado e, além disso, nós poderíamos ter mais algumas respostas. Também senti falta de alguns personagens do primeiro, mesmo que eu não gostasse, são importantes na história.

Como Feios, Perfeitos também termina de um jeito louco, abrindo mil possibilidades, e só espero que Scott dessa vez mostre um pouco mais de acontecimentos importantes, porque é uma história muito boa e com muito potencial, não precisa de enrolação para torna-la “melhor”.

Perfeitos é um boa continuação, não há dúvida, e os novos personagens são interessantes, além do que, por ser uma narração em terceira pessoa com foco na Tally, nós podemos ver como é viver de fato em Nova Perfeição e como uma pessoa de lá pensa e se comporta. Há alguns defeitozinhos, mas num geral, é interessante e me deixou bem, bem, bem curiosa pra ver o que acontecerá na série.


Autor(a): Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Ano: 2005 (original) - 2010 (Brasil)
Páginas: 370 (original) - 382 (Brasil)
Nome original: Pretties
Coleção: Feios, #2