[Resenha] Em Chamas (JV #2), de Suzanne Collins


Sem dúvida alguma, Jogos Vorazes foi um dos livros que mais gostei em 2011. Eu adorei a escrita da Suzanne Collins, a forma como ela conseguia passar tão bem os sentimentos da protagonista, como descrevia cenas tão fortes sem soar sensacionalista. E, obviamente, eu esperava que Em Chamas estivesse no mesmo nível – se não acima.

E, apesar de todo o meu receio – já tinha lido algumas resenhas que não tinha curtido tanto EC – no instante que comecei a ler, voltei a me apaixonar por cada coisa maravilhosa que, de certa forma, só a Suzanne consegue contar tão bem. Continuamos onde paramos em JV, ou seja, Katniss e Peeta continuam fingindo ser o “casal perfeito” para a Capital e para todos os cidadãos de Panem. Só que algum tempo se passou desde que eles voltaram da arena e, desde que Katniss confessou que todos os seus sentimentos tinham sido fingidos para sobreviver à arena, pode-se dizer que a relação entre ela e Peeta “esfriou”.

“O ódio que sinto por ele, pela garota-fantasma, por tudo, é tão real e imediato que chega a me sufocar. Gale é meu. Eu sou dele. Qualquer outra coisa é impensável. Por que terá sido necessário que sua vida ficasse a um centímetro de se extinguir sob aquele chicote para que eu pudesse enxergar isso?” (pág. 129)

Só que o Distrito 12 recebe a visita inesperada do cara mais poderoso de toda Panem, ninguém menos que o Presidente Snow, vindo especialmente para “checar” se os tributos vitoriosos estão se comportando adequadamente. E, claro, para pôr medo na nossa querida protagonista que, claro, não pensa duas vezes em fazer tudo que é mandada, afinal, não se perdoaria se algum de seus amados se machucasse por causa dela.

Eu já sabia alguns spoilers sobre o segundo livro, principalmente porque sou extremamente curiosa e porque isso é meio inevitável quando você está no Tumblr ou no Twitter. No entanto, isso não atrapalhou a leitura – não afetou em nada, na verdade. Eu continuei amando essa saga, apesar de que, obviamente, alguns personagens terem mudado – além de eu mesma ter mudado bastante desde que li JV ano passado. Katniss está cercada nesse livro, andando em um campo minado, procurando salvar todos que ama, mas, mesmo assim, se metendo em várias encrencas. Além da constante ameaça de Snow, há o problema envolvendo Peeta e Gale.

“Não posso negar que Finnick é uma das pessoas mais impressionantes e sensuais do planeta. Mas posso honestamente dizer que nunca me senti atraída por ele. Talvez ele seja bonitinho demais, ou talvez seja fácil demais de se conseguir, ou talvez seja fácil demais de se perder.” (pág. 223)

Claro que esse triângulo amoroso iria ganhar mais espaço nessa continuação, afinal, no primeiro livro mal vemos o Gale, já que se passa 95% na arena. E, então, aqui temos o grande dilema de Katniss: com que ficar? Com o “menino do pão”, que a ama mais que tudo, e que a ajudou quando ela mais precisava, mas cujo relacionamento começou com um fingimento? Ou com seu porto seguro, aquele que sempre a acompanhou, que a conhece melhor que todos, mas que talvez não entenda o que ela viveu nos dias de arena? Você pode pensar que essa pode ser uma disputada equilibrada, e até que é. Não é como se Katniss quisesse ficar com os dois, mas não pudesse. Na verdade, ela não se acha merecedora de nenhum deles, e só quer que a vida dela retorne ao normal.

Isso foi a única que me irritou mais profundamente. Ok, eu não gosto nem um pouco do Gale, mas, honestamente? Eu shippava muito a Katniss com o Peeta no primeiro livro, mas nesse, foi como se ela nem o conhecesse direito – pra ser clara, às vezes penso que ela deveria ficar com o Gale, sim, mas porque não merecia ficar com alguém tão bom quanto o Peeta (foi mal aí, Katniss, mas foi a sensação que você passou!).

Mas, mesmo assim, o livro é muito bom, continua a ser rápido, emocionante e nos fazer ficar arrepiados com as situações que a Suzanne descreve. Eu gostei de verdade dele, tanto quanto de Jogos Vorazes, porque apresentou novos personagens muito legais – não falo deles porque o menos que vocês souberem, fica mais legal, além de que eu provavelmente soltaria algum spoiler importante – e aprofundou os que já conhecemos. Enfim, é uma história muito boa, provavelmente a saga distópica que eu mais gosto – e o melhor mesmo foi que não saí decepcionada com o livro, ou com a Suzanne.

Recomendo demais, porque vale totalmente a pena, principalmente porque, além dos ótimos personagens e um plot bem legal, a autora também solta uma crítica à própria sociedade que vivemos.

+ Favorito!
(5 estrelas - 10,0)


Autor(a): Suzanne Collins
Editora: Rocco
Ano: 2011 (Brasil) / 2009 (Original)
Páginas: 413 (Brasil) / 391 (Original)
Nome original: Catching Fire
Coleção: Jogos Vorazes (#2)

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